Descubra Nossa História - Artesanato Apaixonado de Amigurumi
Oi! Eu sou a Bianca, sempre fui apaixonada pelo artesanato, mas minha falta de conhecimento e insegurança me fizeram acreditar que eu não poderia seguir esse caminho na minha vida.


Nasci e cresci em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Sempre fui muito tímida, introvertida e estudiosa. Quando criança, eu amava reunir minhas primas no final de semana pra brincar e dentre muitas brincadeiras as minhas favoritas eram: Brincar de escolinha: eu SEMPRE era professora, e inclusive no meio da brincadeira tentava ensinar algo de verdade pra elas. Diretora de artes: eu criava coreografias e ensinava elas a cantar músicas pra performarmos no dia das mães, dia dos pais e natal. Artesanato: fizemos de tudo um pouco: desde bijuterias de miçangas até bordados em toalinhas. E sim, a gente vendia nossos produtos, uma toalinha por 1 real, e ficávamos super felizes pelo nosso “baita lucro”. A arte e o ensino sempre estiveram presentes na minha vida, mas eu demorei pra entender que esse era meu caminho de verdade.
Quem me conhece hoje não sabe a luta que foi até chegar aqui (mas agora vai saber).
A Bianca adolescente achava que tudo que precisava pra ser feliz era uma carreira estável. Eu nunca nem cogitei “felicidade” como algo relevante profissionalmente falando. Eu abri mão dos meus sonhos para viver o que os outros haviam sonhado pra mim. Lembro quando eu fiz um teste vocacional de internet aos 15/16 anos que dizia que eu tinha aptidão pra artes e me indicava seguir esse caminho na faculdade. “Como assim artes?” eu pensei… Deixei de ouvir meu coração e fiz curso preparatório para entrar numa escola militar. E coloquei na minha cabeça que era esse meu sonho, meu destino. E por um bom tempo realmente foi. Abri mão de uma parte da minha adolescência pra estudar e alcançar esse sonho. Aos 17 anos de idade fui aprovada no concurso público, para me tornar sargento da aeronáutica, controladora de tráfego aéreo. Fui a quinta colocada no meio de 97 que entraram no concurso. E assim eu vivi as alegrias e as dores desse sonho, por quase 13 anos.

Nesse meio tempo me formei em Letras Português/Inglês, fiz Pós-graduação em metodologia do ensino da língua inglesa, fiz testes de proficiência linguística de Michigan, Cambridge… afinal, ensinar SEMPRE foi uma paixão.
Mas a minha mente sempre foi muito mais criativa e inquieta do que o meio que estava inserida me permitia ser. Com pouco tempo, vieram decepções e frustrações, que não seriam superadas num meio de trabalho engessado. E eu precisava ser mais, ir além, explorar possibilidades que não eram possíveis ser exploradas ali. Me senti presa, depressiva, tive burn out por tentar fazer funcionar um sistema que não era meu.


Tentei de tudo pra sair daquele sentimento que tomou conta de mim, e me joguei de cabeça na missão de me descobrir:
pratiquei muitos esportes, a ponto de participar de campeonatos nacionais, toquei bateria, fiz curso de corte e costura e caligrafia artística (dentre muitos outros). Até que em 2015 meu marido, na época namorado, me mostrou uma foto de amigurumi e eu fiquei encantada!
Na época existiam pouquíssimos conteúdos na internet sobre, e eu senti uma necessidade tremenda de aprender aquela técnica tão incrível. Uma colega sabia fazer crochê e se dispôs a me ajudar. Fiquei 1 hora na casa dela, tentando aprender a segurar a agulha e fazer um anel mágico. Ela me deu um novelo e uma agulha e assim voltei pra casa, determinada a concluir minha primeira bolinha (que ficou parecendo uma cebola 😂)
Desde então nunca mais parei:
presenteei muitas pessoas, fiz muitas encomendas, até não caber mais na minha agenda. Chegar estressada do trabalho e ter minha agulha virou minha válvula de escape e meu refúgio. Comecei a receber encomendas de amigurumis que não existiam receitas à venda, e aí vi a necessidade de criar minhas próprias receitas. Me apaixonei ainda mais pelo processo de colocar minha mente e minha criatividade no mundo. E a cada nova receita, vinham feedbacks lindos e que consolidavam a minha vontade de tornar isso a minha profissão.
Decidi ir atrás do meu sonho, independente do que os outros pensassem ou esperassem que eu fizesse. Trabalhei duro por quase 5 anos numa jornada tripla (militar, professora e artesã) na missão de viver o meu sonho: Economizei cada centavo que eu podia, fiz renda extra em cada minuto que eu tinha na semana, investi em cursos e estudei muito sobre várias áreas para que eu pudesse ter meu próprio negócio.

Estudei muito nesse meio tempo também, para conseguir uma vaga de mestrado fora do país.
Era um sonho, que como militar, eu não poderia viver. Estudei, estudei, estudei e tomei toco de várias universidades. Comecei a acreditar que isso não era pra mim, e que eu estava fadada a ficar na força aérea porque eu não era boa o suficiente. Engoli o choro, entrei em contato com TODAS as universidades e perguntei o que eu precisava melhorar pra ser aceita. Apenas 2 me responderam, e lá se foi mais um ano de muito estudo, vivendo minha jornada tripla, com mais um pouco de burn out na conta.
Um ano se passou, e mais rejeições vieram… e com ela veio a certeza de que eu não era boa o suficiente pra fazer um mestrado fora do país. Mas eu precisava dessa mudança, e eu não aguentava mais. Até que aos 45 do segundo tempo, a universidade que era minha escolha número 1, me mandou o email dizendo que eu estava aprovada. Jamais conseguirei pôr em palavras o que isso significou pra mim!

Hoje eu vivo meu sonho de criança: eu ENSINO ARTE! Sou professora, artesã e graças à internet consigo ensinar essa arte que foi libertadora pra mim, para tantas pessoas. Amo ouvir histórias de pessoas que saíram de momentos difíceis graças ao crochê. Eu acredito que tudo que colocamos amor e fazemos com dedicação, tudo que colocamos de bom nesse mundo, volta pra gente. Minha missão é colocar essa arte cada vez mais no mundo, para que mais e mais pessoas sintam a paz que isso pode nos trazer!
